O mal interno
Como diz o Santo
Livro, a Bíblia, o pior mal não é aquele que entra pela boca do homem, mas sim
aquele que sai da boca do homem (Mateus 15,11). O câncer do nosso mundo não
estava aqui quando chegamos, ele foi plantado por nós. Todos nós trazemos um
pedacinho de morte dentro de nós, o que difere é que alguns desenvolvem essa
morte, morrem e matam aqueles que com ele convivem, enquanto outros, a exemplo
de Cristo, vencem esse resquício de morte, tão pequenino comparado a Deus, e
passa a ressuscitar os seus entes e amigos. Não vim aqui passar sermão, muito
menos fazer uma homilia, apenas deixei meu lado cristão iniciar esse texto.
Vivemos em um mundo liderado pelo
egocentrismo, onde cada um se interessa apenas naquilo que lhe trará
benefícios. Nosso rei é o dinheiro, e ele diz que devemos matar e morrer por
ele, trabalhando como burros de carga, deixando filhos, amigos, esposos e
esposas de lado, apenas para satisfazer seu tão amado senhor.
Antigamente, a infância era uma fase
pura, transparente. Nossos pequenos eram puros até seus 10, 12 anos de vida,
contaminando-se com o tal mal aos poucos, enquanto envelheciam. Hoje, não temos
essa sorte. Nossas crianças já nascem em meio à desordem, são criados segundo a
lei da selva, onde aprendem que devem alcançar a vitória sem medir esforços,
passando por cima de quem ficar no caminho, sendo inescrupulosos se necessário.
Mas creio que o mundo ainda possui salvação. Por mais que a sociedade tente
contaminar nossos filhos, eles possuem dentro do coração um pedacinho de
bondade que não pode ser vencida. Afinal, as crianças sempre serão nossos
anjos, que se mantêm puros por mais que o mundo não queira. A morte será
vencida. O mal passará, as pessoas serão mais amigas umas das outras, tudo
aquilo que havia se perdido renascerá das cinzas, os sorrisos irão contagiar o
mundo... Seremos, enfim, maiores que nossos problemas, que ainda existirão, mas
serão desimportantes perante nossa grandeza. Tenho esperança de que o futuro
seja bem melhor que o presente, pois coloco toda minha confiança nas mãos
daqueles que mal nasceram e daqueles que ainda vão nascer. O bom tempo ainda
está para vir, amigos, e não tarda a chegar.